1 de jul. de 2010

Que tempo bom, que não volta nunca mais...

Mais um texto para acalmar os ânimos daqueles que aguardam, ansiosos, pelo dia de amanhã, quando a Copa do Mundo volta com tudo. Divirtam-se enquanto a seleção para quem torcem ainda não foi eliminada!

Quantas vezes a gente escuta - e alguns de nós até mesmo falam - que antigamente é que se jogava bom futebol, não hoje, com esse monte de perna-de-pau? Que hoje não temos jogadores como, por exemplo, os craques da Copa de 70, aqueles sim merecedores do título que conquistaram? Pois bem, por mais que o ser humano tenha a irritante mania de comparar negativamente a época atual com a de hoje (e isso não ocorre só no futebol), é importante relativizar um pouco essa afirmação, tão banal em época de Copa do Mundo - e com uma seleção brasileira teoricamente sem brilho.

Em primeiro lugar, é fácil falar de uma época que, para se ter acesso, recorre-se normalmente apenas à memória (que é SELETIVA e tende a corroborar nossos próprios argumentos) e a vídeos que mostram SEMPRE os MELHORES momentos. Mais fácil ainda é falar de uma época que SEQUER vivemos ou que não tínhamos idade para compreender da forma como compreendemos hoje, fazendo uma comparação no mínimo desvantajosa.

Sim, o futebol mudou. Ficou mais rápido, mais centrado no preparo físico e na disciplina tática. Porém, nem por isso se tornou essa coisa horrível que muitos bradam por aí. É fácil falar assim quando se pega os melhores momentos de antigamente e se compara com os piores de hoje em dia. Por exemplo, para pegar apenas a Copa do Mundo de 1970, que parece ser o paradigma do "futebol tal qual deveria ser", vamos a algumas informações, retiradas do blog do Mauro Cezar Pereira:

- A Itália, vice-campeã de 70, empatou com a fraca Israel por 0 x 0;
- Bulgária e Marrocos fizeram uma partida que acabou em empate por 1 x 1 e que teve tanta graça quanto Eslovênia e Argélia em 2010;
- A Coreia do Norte foi o saco de pancadas neste ano, né? Pois é, mas mesmo com 16 seleções em 1970 (metade do número atual), havia seleções de doer: o México engavetou 4 x 0 em El Salvador, que terminou a competição sem pontos e com -9 de saldo.

"Ah, mas com a seleção brasileira é diferente", os mais incrédulos devem estar pensando. Pois bem, para provar que nem tudo eram flores nessas priscas eras (assim como nem tudo é horrível hoje em dia), assista os dois vídeos abaixo, duas compilações dos piores momentos da seleção de 70. O primeiro é da copa inteira, e o segundo apenas da final (vejam quanta bola o Rivelino jogou, por exemplo):



Um comentário:

André disse...

Baita texto. Mas nada é mais feio do que Júlio Baptista e Robinho na seleção. Nada!