Por Eu Mesmo
Um grande jogo, com cara de déjà vu. Isso foi o que se viu ontem no Morumbi, estádio que parece assustar todas as equipes visitantes, menos o Inter. Afinal, as duas equipes haviam se enfrentado em 2006, pela final da Libertadores, e vários jogadores daquela partida estavam ontem ali, atuando ou no banco de reservas. E o script foi parecido em alguns aspectos.
No primeiro tempo, o primeiro déjà vu: depois de um início de partida equilibrado, aos 30 minutos Hernandes cruzou na área e Renan DEU DE OMBROS na bola, servindo Alex, que fez um gol de cabeça meio espírita. Impossível não lembrar da falha de Rogério Ceni na partida de 2006.
O Inter manteve a calma e não deixou o São Paulo pressionar mais. Tanto que, logo aos 6 minutos do 2º tempo, chegou ao empate com um gol de CALCANHAR de Alecsandro - é impressão minha ou o colorado tem uma média de golaços maior que a do Santos neste ano? Como jogo fácil não combina com Libertadores, dois minutos depois veio o segundo gol do São Paulo e o segundo déjà vu: quem não lembra que o Ricardo Oliveira, autor do gol, não pôde jogar a partida final em 2006? Parecia uma vingança sendo meticulosamente escrita contra os gaúchos.
Para deixar as coisas mais dramáticas, veio o terceiro déjà vu: Tinga foi expulso, tal qual na final de 2006. Aliás, ele tem que perder essa mania de tomar cartão vermelho em jogo decisivo; de cabeça, me lembro dessas duas vezes e também daquela em 2005, no jogo contra o Corinthians. Culpado ou não pelas expulsões, o fato é que é uma coincidência meio chata essa. Fica a dica, Tinga.
Com um a menos, restou ao Inter controlar o jogo com maturidade, cozinhando-o em banho-maria até ele terminar e não sendo pressionado com perigo - a não ser quando, no finzinho, Renan tentou repetir a falha do 1º gol, enquanto Pato Abbondanzieri dava um leve sorriso no banco de reservas. E, com o apito final do árbitro, veio o último déjà vu: aquele gostinho de eliminar o todo-poderoso São Paulo F.C., desta vez na casa do adversário.
Foi um jogo intenso, que deve ter aumentado o número de atendimentos em plantões de cardiologia. Mas mais do que isso, significou a volta do colorado, depois de quatro anos - período curtíssimo -, ao tão cobiçado Mundial de Clubes Fifa. Só lembrando, o Inter é o único time brasileiro a disputar duas vezes a competição - aliás, só o Manchester também disputou duas vezes o torneio, e uma delas foi naquele torneio meia-boca de 2000. Um dos melhores do mundo, certamente.
(Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)
Por André
Ao contrário do jogo no Beira-Rio, o São Paulo entrou em campo sedento de sangue e sem organização tática nenhuma, como manda o figurino da Libertadores. E não venceu pelo detalhe.
No início a partida foi equilibrada. O São Paulo tinha a iniciativa, mas, tal qual Hollywood, não conseguia criar muita coisa decente. E o sport club se mantinha sólido na defesa, arriscando aqui e ali uns contra-ataques, todos morrendo na INAPTIDÃO de Taison em existir enquanto SER HUMANO. Daí, em uma das tantas bolas alçadas pra área colorada, Renan abraçou a ATMOSFERA e a bola espirrou, sobrando para Alex Silva botar os paulistas na frente. E ficou nisso.
Veio o segundo tempo, então, com o resultado levando pros pênaltis, que, como todos sabem, é muito massa de assistir. Menos para o sport club, claro: após o juiz marcar uma falta inexistente em Taison, o filho do COISA-RUIM, D'Alessandro cobrou e Alecssandro, tomado pela TOTAL FALTA DE SENTIDO, enfiou o calcanhar na bola. O que se mostrou produtivo, uma vez que o desvio enganou Rogério CACHECOL Ceni e igualou a partida. Entretanto, mal eles comemoravam o tento e o São Paulo chegou de novo, e cruzou na área de novo, e Renan tirou bem dessa vez, mas ela sobrou pra um jogador paulista que eu não lembro quem é e NÃO ME IMPORTO, e ele bateu de qualquer jeito pra área. E enquanto Nei tomava um chimarrão e dava condições de jogo, Ricardo Oliveira dominou a pelota tão livre quanto um homem que não está usando cuecas e botou o time da casa na frente de novo. Daí a coisa ficou ainda mais intensa e equilibrada. Tinga perdeu um gol feito pro sport club e, provando que sua contratação foi realmente um erro, se auto-expulsou de campo alguns minutos depois. Foi a vez do São Paulo se jogar pra cima do gol adversário e criar uma chance clara com Fernandinho, mas falhando miseravelmente. No último segundo, um escanteio a favor dos paulistas, Rogério Ceni na área, tudo ou nada, mas a catimba colorada na área (Kléber estava segurando Ceni em cima do Renan, antes que os colorados falem. E sim, o que o Kléber fez é uma tática válida e esperta) sequer deixou a bola chegar perto do gol.
No final das contas, o São Paulo pagou pela sua covardia no Beira-Rio. Foi uma partida bizarra, com gols estranhos, técnica lá embaixo, confusão e decisões bastante ruins do árbitro. Um jogo digno de Libertadores, creio eu.
Um comentário:
Rogério CACHECOL Ceni, fato.
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