A chatice absoluta reinou no primeiro tempo. Um edital jurídico tem mais emoção do que aqueles quarenta e cinco minutos de algo que não é futebol, e não é nem parecido com futebol, e o primero que se referir aquilo como "futebol" deve ser impiedosamente excomungado. A Estônia até deu um chute aqui e ali, mas nada que fizesse a equipe brasileira baixar de DEFCON 5, e era mais legal ficar prestando atenção para ver quais dos jogadores anfitriões tinham nomes que funcionariam como onomatopéias (por exemplo: Jääger, Vunk e Purje). Mas essa linha de ônibus que é o acaso, pois chega quando ninguém espera e vive cobrando mais, sorriu para o
Com uma inveja absurda do nível de adrenalina do primeiro tempo, o segundo tempo resolveu ser ainda menos emocionante - os únicos momentos que a torcida se manifestou com mais veemência foram nas substituições, e apenas porque algo de diferente ocorria em campo. Entretanto, o tédio foi tamanho que o próprio destino encarregou de apimentar um pouco mais as coisas, incorrendo em duas boas confusões no final: uma envolvendo Luisão e o goleiro adversário e outra com participação do Daniel Alves, que acabou fazendo com que um estoniano fosse expulso. Com exceção da entrada de Nilmar (e só mesmo neste mundo absurdo, composto 70% de água e onde a falta do líquido é um problema grave, o Nilmar é reserva do Robinho), as mexidas do técnico brasileiro não adiantaram de porra nenhuma.
O que não é surpresa, visto que as alternativas tinham nomes como Elano, Júlio Baptista, Diego Tardelli e chocarrices do gênero. Não entendo como o Kaká não desaba em lágrimas toda vez que procura alguém pra passar a bola. Porque a situação da seleção brasileira, assim como a do Brasil, é triste.
Um comentário:
Jornalismo verdade total.
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