Por Eu Mesmo
Incrível como o Internacional melhorou ao longo da competição. Aquele time apático, que parecia querer sair logo da Libertadores, deu lugar a este, que cresce nas decisões mais difíceis e vai eliminando grandes adversários, um a um.
O primeiro tempo de ontem pode ser resumido da seguinte maneira: até os 19 minutos, o Inter soube cozinhar o jogo, não deixar o Estudiantes jogar. Aí, em dois minutos, dois gols argentinos. No primeiro, um lançamento espetacular do grande Verón para González, que encobriu Pato Abbondanzieri. A única observação para esse gol é a falha da zaga colorada, muito por conta da formação com que entrou em campo (três zagueiros). Não sei por que Fossati continua insistindo nessa formação, pois o Inter só se dá mal com ela. Aos 21, Pérez recebeu uma cobrança de lateral, fintou um marcador e chutou colocado para manter a média de um gol no ângulo por jogo do Inter (pena que desta vez não foi PARA os colorados). Dois a zero e quem começou a cozinhar o jogo foram os argentinos.
O Inter voltou ao segundo tempo com a mesma formação e mais disposto a tentar fazer um gol. Porém, graças a atuações como a de Nei e D'Alessandro, o time gaúcho não conseguia ameaçar os argentinos. Mostrando muita inteligência, Fossati tirou os dois e mudou o esquema para 4-4-2 (que no final virou um 2-5-3(!) completamente desorganizado, mas aí já era desespero mesmo). A melhor chance colorada saiu em uma cobrança de falta de Andrezinho, com boa defesa do goleiro. Parecia tudo perdido, quando, aos 43 minutos, Giuliano (que havia entrado no segundo tempo) entrou na área pela direita, foi lançado e chutou rasteiro no canto para fazer o gol salvador: 2 a 1. No fim do jogo, uma confusão generalizada lamentável, bem típica de jogos da Libertadores, não conseguiu ofuscar o brilho de mais uma classificação dramática do Inter.
Se na campanha de 2006 os detratores acusavam o Inter de não ter pegado adversários fortes (como se o São Paulo não fosse), nesta edição da Libertadores o time colorado tem comido o pão que o diabo amassou em relação a oponentes. E agora, pra ficar mais emocionante, vai enfrentar o São Paulo. Mas isso só depois da Copa do Mundo. Até lá, muita expectativa das duas equipes - e a torcida CERTA para o Chivas do outro lado das semifinais, claro.
Por André
Não lembro se alguma vez já tinha visto uma partida de 3 minutos.
Dos 20 aos 22, o Estudiantes marcou duas vezes, em dois lances astutos onde a bola beijou as redes.
Triste para o Inter e sua mediocridade no jogo, enquanto os argentinos estouravam de felicidade.
Afinal, haviam botado no armário a classificação, pois é o que indicava os ocorridos até então.
Mas havia um senão.
Aos 43 do segundo tempo, em um milésimo de momento, quando a fumaça enchia o campo de alegria e espanto, e os torcedores colorados diziam "eu não aguento!", Andrézinho rolou a bola pelo gramado. "Triste iniciativa de alguém já derrotado", poderiam dizer. Mas Giuliano fez todo mundo ver que não era um esforço desesperado: pegou a bola e chutou cruzado, vencendo o goleiro Órion, que deve ter pensado "esse destino, esse maldito destino de azarado". Gol validado e a sorte, como uma cortesã, displicentemente trocou de lado.
Houve pancadaria após o apito final, um evento condenável, será? Mais do que mal, eram apenas homens adiando a tristeza inevitável.
Até porque nada mais importava: a essas alturas, a classificação já era colorada.
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