Por André
Quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas. A velha tática de "não perder fora e vencer em casa" deu certo para o colorado, que enfiou três gols no Deportivo Quito e garantiu sua classificação como primeirão do grupo.
O Inter começou a partida já tentando tocar o terror. Com Andrezinho, conhecido por seu monumental confronto com Arnold Schwarzenegger no filme "Predador", a equipe da beira do rio ganhou mobilidade e partiu pra cima do Deportivo sem dó. Tanto que já aos quatro minutos, enquanto a defesa equatoriana contava o número de estrelas no céu, o supracitado recebeu um passe e, da ponta da área, disparou uma MÁ NOTÍCIA no ângulo do goleiro Ibarra. O Deportivo ficava acuado, exagerando nas faltas, mas o Sport Club, embora controlasse a PELADA, deixou de ampliar o placar por ter um bizarro sistema de cotas que mantém Alecsandro como titular.
O Deportivo voltou ao segundo tempo mais ligado, e logo no início ensaiou uma pressão que se enquadrava na filosofia "joga pra frente e vê no que dá". Mas estava mais para DEPORTADO do que DEPORTIVO, e logo o Inter tomou o CONTROLE DE PLAY 2 da partida de novo - fato este que culminou com o segundo gol colorado, onde Kléber alçou a bola à área e Bolívar, mesmo dando peixinho pro lado errado, marcou de cabeça. A partir daí os donos da casa calçaram as pantufas, botaram os pés em cima da mesinha e ficaram ali vendo TV, só cuidando para o Deportivo não tentar trocar de canal. Nos acréscimos, Giuliano ainda faria uma jogada individual sem querer e desmentiria o goleiro adversário, Ibarra, que mostrou ser incapaz de barrar o que quer que seja.
Agora os colorados têm pela frente o Banfield nas oitavas. O time argentino com nome de banco é mais FERRO NA BONECA do que o grupo do Inter, mas a equipe, pelo menos contra o Deportivo, mostrou ares de uma insuspeitada evolução. Vamos ver se a velha estratégia vai continuar dando certo ou se o Fossati terá que encontrar alguma carta na manga.
Por Eu Mesmo
E não é que finalmente o Inter jogou bem nesta edição da Libertadores? Com um futebol "bom" (falta muito pra chegar no "ótimo"), a equipe gaúcha não tomou conhecimento dos visitantes e aplicou um 3 x 0 que, além de convincente, fez o confronto das oitavas ser contra o time argentino do Banfield.
Claro que ajudou muito que o Inter jogasse bem o fato de, logo aos quatro minutos, Andrezinho (ótima escolha de Fossati para o time titular) manter a média colorada de pelo menos um gol no ângulo por jogo, ao dar um belo chute de esquerda. Depois disso, o Inter foi melhor o primeiro tempo inteiro, chegando sem muita obrigação no gol adversário, mas não sendo ameaçado em nenhum momento (coisa rara nesta Libertadores). Isso era bom, pois a vitória por um gol de diferença dava ao Inter a equipe do Alianza Lima, do Peru, como adversário nas oitavas-de-final. Uma babinha.
O problema é que 1 x 0 era um resultado perigoso; vai que os equatorianos achassem um gol? Motivação eles tinham: chegando na partida como primeiros no grupo, os resultados de momento os deixavam em terceiro lugar, eliminando-os da competição. Portanto, nada mais justo que, no segundo tempo, eles tentarem jogar um pouco mais.
E foi isso que aconteceu; o Deportivo Quito mostrou um pouco mais de volume de jogo. No entanto, abriu mais espaços para o Inter que, mandando no jogo, não teve dificuldades de fazer o segundo gol com Bolívar, de cabeça (que antes havia dado um bico criminoso em um adversário, daqueles que a Libertadores nunca expulsa). Todo mundo comemorou o segundo gol, mas eu não. 2 x 0 deixava o colorado contra o Cruzeiro, e enfrentar brasileiros NUNCA é bom na Libertadores (nem se fosse o Flamengo). Aí, passei a torcer por um gol dos equatorianos, pois um terceiro gol do Inter fazia o adversário ser o Banfield, da Argentina (até preferia os argentinos aos brasileiros, mas não podia esquecer dos fracos peruanos). O problema é que o Deportivo Quito achou que o jogo estava perdido e parou de jogar. No último lance do jogo, em uma jogada individual, Giuliano fez um belo terceiro gol e tirou o Cruzeiro do caminho do Inter, pelo menos por enquanto.
A vitória dá uma esperança de que o Inter possa ter finalmente se acertado e que agora possa ter condições de vencer a Libertadores. Minha opinião? Penso que o próximo jogo, contra o Banfield na Argentina, vai ser decisivo para eu mudar o meu pessimismo em relação ao futuro colorado na Libertadores. Porque o Inter não jogou bem a primeira fase, mas é fato que ainda está invicto. Portanto, não duvido que o Fossati jogue com dez ou onze jogadores atrás, só pra arrancar um empate suado em 0 x 0. O problema é que o adversário não é um time do grupo dos gaúchos.
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