Copa do Mundo - Dia 5

Nova Zelândia 1 x 1 Eslováquia

Gols: Vittek, 15' 2ºT e Reid, 47' 2ºT

E acontece a primeira zebra da Copa. Nem foi tanto pela Eslováquia, que tem sido incensada demais pela imprensa, mas sim pelo gol e pelo ponto da Nova Zelândia, um time zero à esquerda que só ganhou a vaga na Copa porque a seleção mais forte do continente (a Austrália, para vocês terem uma ideia) pediu para disputar as Eliminatórias no continente asiático para ver se tinha mais graça assim. Depois de um primeiro tempo em que até jogou melhor, mas não conseguiu superar a marcação adversária, a equipe da Eslováquia chegou ao primeiro gol (irregular, pois Vittek estava impedido) em um cruzamento daqueles que se dá quando não tem mais nada para fazer. Então o jogo ficou chato, com as duas equipes esperando o jogo acabar: os eslovacos satisfeitos pela vitória, e os neozelandeses por não ter tomado uma goleada. Só que, mais ou menos a partir dos 40 minutos do segundo tempo, o time de branco decidiu que seria uma boa tentar pelo menos assustar os adversários e partiu para o ataque. E, praticamente no último lance da partida, a Nova Zelândia mostrou ao mundo que não é apenas aquele país em que foram gravados os três filmes do Senhor dos Anéis e empatou o jogo, embolando o grupo e tornando a maledeta classificação da Itália menos complicada.

Costa do Marfim 0 x 0 Portugal

Gols: NOT!!!

Jogo equilibrado, em que as duas equipes estavam com medo de perder e se complicar definitivamente no grupo (considerando que o Brasil vá se classificar, claro). Mesmo assim, aconteceram alguns lances de emoção. O primeiro deles foi quando Cristiano Ronaldo fintou um adversário e lançou um pombo sem asa na trave dos marfinenses. Parecia que o ex-melhor do mundo ia acabar com a partida, mas a única coisa que acabou foi com um cartão amarelo por reclamação (justa, por sinal), seguido de várias outras reclamações com o juiz sempre que caía em campo. A Costa do Marfim se impôs mais no jogo a partir daí e chegou com mais perigo ao gol, conseguindo o melhor momento do segundo tempo no fim do jogo, quando Didier Drogba, maior astro marfinense e que começara o jogo no banco de reservas por causa de uma fratura no cotovelo há alguns dias, recebeu na área como um grande atacante, mas aí concluiu como um Felipe Melo. Empate ruim para as duas equipes, bom para o Brasil e indiferente para a Coreia do Norte, que não vai pontuar mesmo.

Brasil 2 x 1 Coreia do Norte

Gols: Maicon, 10' 2ºT, Elano, 27' 2ºT e JI Yun Nam, 44' 2ºT

A estreia do Brasil na Copa teve quase tudo o que eu esperava: vitória, jogo ruim e três volantes (para que, Dunga?). A única surpresa foi o gol dos norte-coreanos, que serviu para estragar 95% das apostas em bolões da Copa. De toda forma, a seleção brasileira jogou um futebol bem abaixo do esperado (mesmo se tratando DESTA seleção), ainda mais jogando contra um adversário cujo objetivo era não desagradar seu presidente e talvez continuar com todos os familiares e a própria vida. No primeiro tempo até houve algumas boas jogadas brasileiras, mas com conclusões toscas, e o Kaká não jogou nada. Já no segundo tempo, tanto a Coreia quanto o Kaká conseguiram voltar piores que antes. Então, em um dos ataques da seleção, Maicon avançou pela direita, olhou para dentro da área e acertou um chute sem querer (me desculpem, eu sei que ele já fez gols assim de propósito antes, mas este gol foi CLARAMENTE aleatório), quase sem ângulo, entre a trave e o goleiro norte-coreano - que provavelmente terá suas mãos amputadas quando voltar a sua terra natal. Aí ficou fácil. A seleção brasileira começou a jogar mais leve, até Robinho, com um passe excelente, achar Elano livre para marcar o segundo. Mesmo com dois a menos em campo (Kaká e Luis Fabiano estavam só de corpo presente), a vitória vinha fácil. Mas ainda deu tempo de a zaga brasileira, que até então não teve nada para fazer, se atrapalhar toda na entrada da grande área e a Coreia do Norte marcar seu gol de honra. E que honra, fazer um gol no Brasil. JI Yun Nam, o autor do gol, provavelmente vai ganhar uma estátua em Pyongyang e o dobro da ração mensal. Estreia com três pontos sempre é bom, mas essa seleção vai ter que jogar mais se quiser ir adiante na Copa. Condições ela tem, e já mostrou na Copa América, Copa das Confederações e nas Eliminatórias. Só falta jogar.